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Como gostaria que minha vida terminasse

Cemitério Espanhol recicla cinzas dos mortos

O maior cemitério de Barcelona (Espanha), criou um espaço em que as cinzas dos defuntos cremados serão usadas como adubo de um jardim de ervas aromáticas.
A idéia é reciclar as cinzas no mesmo local onde a família recorda seu ente querido. As famílias que aderirem ao serviço – ao custo de 350 euros (mil reais), por dois anos, mais taxa de manutenção de 35 euros (cem reais) –, depositarão as cinzas em urna biodegradável ou poderão enterrá-las aos pés de uma planta aromática: alfazema, alecrim ou sálvia.

O contrato inclui semente, plantio, cultivo e lápide indicativa com dados do falecido. Entretanto, não será permitido deixar qualquer recordação, como velas, fotos, flores ou objetos pessoais ao lado da planta.

O mais interessante é que a família terá direito de levar algumas mudas para casa quando a erva crescer. Assim, os familiares estarão sempre pertos de seus mortos.

O cemitério, Montjuic, inaugurou o espaço no último dia 28/mar., e já está sendo chamado de “Cemitério mais ecológico do mundo”. Ao espaço foi dado o nome de “Jardim dos Aromas”.


Porque cremar, enterrar ou sepultar nossos mortos

A inumação não é obrigatória, exceto nos casos de portadores de doenças infecciosas, mas assistir à decomposição daqueles que se ama é, para dizer o mínimo, extremamente desagradável. Assim, desde tempos imemoriais esse costume foi instituído. 
Assim, o ato de enterrar (colocar o cadáver em uma cova), sepultar (colocar o corpo morto em uma sepultura), ou incinerar são as atuais formas que encontradas para ocultar o corpo morto e, assim, aliviar nossa dor. Além disso, culturalmente, é uma maneira de se demonstrar respeito pelo morto e, até, uma etapa necessária para se alcançar uma outra vida, ou a sua continuação.


A religião e a morte

A religião nasce da necessidade que temos em saber o que nos acontecerá após a morte. Essa é a grande questão. Talvez até nos preocupássemos com a existência, ou não, de Deus, mas certamente seria de uma forma bem diversa da que vivenciamos, desde os tempos mais remotos, se não morrêssemos. 
A grande questão não é Deus, mas a morte, a finitude de nosso corpo. Toda instituição religiosa tenta nos tranqüilizar em relação ao que conhecemos como fim. Entretanto, o que nos resta após o cessar de nossas atividades vitais é o sepultamento.
O que as religiões tentam, de maneira geral, é dar alguma garantia de continuidade e, assim, tornar o efemeridade da vida menos dolorosa. Ao nos vincularmos a uma religião, seja qual for, estamos, grosso modo, comprando o pós-vida. 
Talvez esta seja a maior diferença entre Buda e Jesus Cristo. Buda ensina o profundo conhecimento em vida, para que não se reencarne. E, Jesus, a ressurreição, a vitória sobre a morte.



A solução do cemitério espanhol

Com certeza, a idéia dos administradores do cemitério Montjuic responde a esse que talvez seja nosso maior anseio: perpetua os mortos em uma planta que, além de tudo, perfuma o ambiente em que está. A beleza deste ato é extremamente simbólica e tem um encanto muito próprio. Gostaria que minha vida terminasse assim.


Informações:
BBC Brasil
Recanto das Letras
Wikipédia

Imagens:
Lala Entorpecida
Portal Católico
Coisas Banais

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